Capital de giro: o que é, para que serve e como calcular

O capital de giro é um recurso fundamental para o negócio, já que é ele que...

Você sabe o que é capital de giro? É um recurso importante para a saúde financeira do seu negócio. Por isso, saber calculá-lo, conhecer seus tipos e aprender a  fazer o seu gerenciamento correto é essencial para o funcionamento das operações da empresa. 

Este artigo te ajudará a entender como calcular capital de giro, quais são os principais elementos que envolvem esse recurso e as melhores práticas para gerenciar corretamente esse capital. 

capital-de-giro

O que é capital de giro?

Capital de giro em uma empresa são todos os recursos financeiros necessários para que ela se mantenha operando regularmente. Ou seja, ele é parte do investimento total reservado para o pagamento de despesas ao longo do tempo

No início do negócio, o cálculo do capital de giro é feito avaliando o quanto é necessário manter em caixa para conseguir manter todas as obrigações da empresa em dia, de acordo com o que foi planejado.  

Já para as empresas em atividade, o capital de giro demonstra quanto elas têm disponível em seu ativo de alta liquidez – bens e direitos que podem ser convertidos rapidamente em dinheiro. Geralmente, eles são usados para quitar obrigações de curto prazo, como fornecedores, impostos, salários de funcionários, entre outros. 

“O dinheiro que você precisa para rodar a operação até o momento que você começa a ter resultado com ela se chama capital de giro.”

Pedro Marins, head de Finanças da Conta Simples 

Qual a diferença entre capital inicial e capital de giro?

Antes mesmo de saber calcular, é importante entender a diferença entre capital inicial e capital de giro. 

Na hora de abrir o negócio, você e, se for o caso, seus sócios, planejaram quanto seria necessário investir para o negócio começar a operação, certo? Esse montante é chamado de capital inicial e é calculado com base na necessidade da compra de equipamentos, despesas iniciais, exigências legais de capacidade financeira, documentação para a abertura da empresa, entre outros. 

Por outro lado, o capital de giro é o montante necessário para que a empresa continue funcionando após a abertura e a estruturação. É o valor que garantirá a manutenção da operação.

“Se um cliente fez uma compra por meio de um anúncio online, você precisa pagar por isso. Como você não vai receber o dinheiro logo que o cliente faz a compra, é preciso ter uma reserva para continuar pagando as despesas da empresa até esse recebimento e poder ter receita. Por isso, você precisa do capital de giro para começar a operar.”

Pedro Marins, head de Finanças da Conta Simples 

Quais são os tipos de capital de giro?

Agora que você já sabe a diferença entre capital inicial e capital de giro, precisa entender as categorias desse recurso. A seguir, preparamos um resumo sobre cada uma delas.

Capital de giro líquido

Capital de giro líquido é a quantia que sobra após retirar o passivo circulante e o ativo circulante. Não inclua imóveis e outros bens nesse montante, já que eles representam passivos não circulantes. 

Entram nessa conta apenas os ativos que possam ser facilmente convertidos em dinheiro para ser usados, caso necessário, na manutenção da empresa. 

Capital de giro negativo

O capital de giro negativo é um sinal de alerta para a empresa, já que isso acontece quando a soma dos capitais não é suficiente para arcar com os débitos. Caso seja uma situação prevista com uma solução de curto prazo, não há tantos motivos para preocupação, já que ela será revertida com alguma arrecadação futura. 

No entanto, se essa situação continuar se repetindo sem um plano de ação para revertê-la, as finanças serão prejudicadas, atrapalhando também o andamento da empresa. 

Capital de giro próprio

O capital de giro próprio acontece quando a empresa tem capital suficiente para equacionar as contas sem a necessidade de recorrer a empréstimos ou investimentos externos, por exemplo. 

Assim, a empresa consegue atuar de uma maneira mais saudável, visto que ela usa apenas recursos próprios para a manutenção do negócio. 

Capital de giro associado a investimentos

O capital de giro associado a investimentos é o montante reservado para cobrir as despesas com investimentos que a empresa pretende fazer. Dessa forma, caso seja necessário comprar, por exemplo, novos equipamentos, terá um dinheiro reservado para fornecer os recursos necessários. 

Como calcular o capital de giro?

O primeiro passo para calcular o capital de giro é saber exatamente todos os custos mensais do negócio, fixos e variáveis, e conseguir chegar em um montante perfeito para o bom funcionamento do empreendimento. 

Para começar, calcule o prazo médio que você tem das contas a pagar para fornecedores. Por exemplo, se metade dos seus pagamentos são à vista e a outra metade tem um prazo de 30 dias, o seu prazo médio para essa dívida é 15 dias. 

Agora, é necessário calcular também o seu prazo médio de recebimento, ou seja, quanto tempo, em média, você recebe dos seus clientes. Por exemplo, se metade dos seus clientes paga com 30 dias de prazo e a outra parte realiza o pagamento com 60 dias, a sua média de recebimento é a cada 45 dias. 

Portanto, você concluiu que paga seus fornecedores, em média, a cada 15 dias, mas recebe de seus clientes a cada 45 dias. Para suprir essa diferença de prazo, é necessário um capital de giro. 

Enfim, o cálculo do capital de giro líquido é a subtração de todo o ativo circulante (AC) pelo passivo circulante (PC). 

Capital de Giro Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante

Como a clareza na definição desses termos é sempre bem-vinda, trouxemos as explicações para você relembrar.

Ativo circulante (AC)

Os ativos circulantes de um negócio são aqueles que podem ser facilmente convertidos em dinheiro dentro de um ano ou ciclo operacional do negócio. Alguns exemplos são:

  • equivalentes em dinheiro e dinheiro;
  • inventário;
  • contas a receber;
  • títulos comercializáveis;
  • despesas pré-pagas.

Passivo circulante (PC)

Os passivos circulantes são as obrigações do negócio baseados em um ciclo operacional ou um ano. São pagos usando ativos atuais ou criando outros passivos. Alguns exemplos são:

  • contas a pagar;
  • notas a pagar;
  • parcela atual da dívida de longo prazo;
  • passivos acumulados;
  • receitas não obtidas.

Por quanto tempo o capital de giro deve sustentar as operações?

De modo geral, é recomendado pensar em um capital de giro para seis meses. Pensando assim, é uma conta simples: soma-se o custo da operação de uma empresa durante um mês e multiplica-se por seis. 

Assim, o empresário tem a segurança de que conseguirá lidar com emergências e terá tempo para elaborar um plano de ação, já que o capital de giro cobrirá a compra de insumos, fornecedores, salários de funcionários, entre outros, por pelo menos 6 meses.

Arrecadar um valor que corresponde a seis vezes o valor das despesas mensais é um grande desafio. Sem dúvidas, é algo que requer tempo e um bom planejamento. No entanto, tenha em mente que enquanto sua empresa não possuir um capital de giro ela está mais vulnerável. 

Como fazer a gestão do capital de giro?

Quando o empreendedor conseguir acumular o capital de giro, é necessário saber também fazer a gestão correta desse patrimônio. Para isso, o Simplifica selecionou algumas dicas!

Tenha uma estratégia planejada

Com uma gestão eficiente, a empresa terá um fluxo de caixa equilibrado e menos imprevistos. Além disso, um bom planejamento financeiro faz com que seu negócio pague as contas em dia, entenda melhor os clientes e até invista recursos. 

Assim, planeje seus gastos futuros, registre todas as entradas e saídas e otimize os custos para reduzi-los. Tente especificar os objetivos em longo, médio e curto prazo para ter uma ideia melhor de como gerir o seu capital de giro. 

Faça negociações com fornecedores

Quanto mais tempo você tiver para efetuar o pagamento aos fornecedores, mais tempo ganha para organizar seu caixa. Dessa forma, tente definir os prazos de pagamento para depois das datas de recebimento dos seus clientes. 

Tente criar um bom vínculo com seu fornecedor. Geralmente, não é difícil conseguir uma negociação de prazo, mas lembre-se de não atrasar o pagamento para não perder a confiança dele. Se necessário, pode até tentar uma renegociação de valor.  

Mantenha o controle do estoque

Entenda bem como funcionam suas vendas, eventuais sazonalidades e saídas de mercadoria, para definir as quantidades que devem ser compradas. Pense em estratégias de promoções para não ficar com estoque parado.  

Tenha um bom fluxo de caixa

Com um bom fluxo de caixa, você saberá como está a sustentabilidade financeira da empresa, suas entradas e saídas. Além desses números, o fluxo deve projetar contas a pagar, receber e saldos disponíveis.

Dessa forma, é possível entender quais valores estão influenciando no capital de giro e se será necessário acioná-lo para manter as finanças saudáveis. 

Você já conhece o kit completo para o gestor financeiro? Saiba que ele pode te ajudar na hora de organizar o controle financeiro e colocar a casa em ordem.

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