Quem acompanha o mercado de startups já deve ter percebido que o surgimento de unicórnios (startups com valor de mercado de US$ 1 bilhão ou mais) foi acelerado nos últimos anos.
A Merama é um exemplo disso e teve uma história marcada por rápido crescimento. Em abril de 2021, captou um aporte série A de US$160 milhões. Teve também investimentos com anjos como Daniel Scandian (MadeiraMadeira), Fabien Mendez (Loggi) e Guilherme Bonifacio (iFood). No mesmo ano, recebeu uma série B de US$225 milhões e uma rodada adicional de US$60 milhões.
Ou seja, a startup viveu a experiência de se tornar um unicórnio de uma forma ágil, com um time global, incluindo pessoas do México, Brasil, Argentina, Chile e Estados Unidos, por trás de uma operação criada pelos empreendedores Sujay Tyle, Felipe Delgado, Olivier Scialom, Renato Andrade e Guilherme Nosralla (Andrade e Nosralla são os únicos brasileiros).
Focada no investimento de lojas que vendem em marketplaces, como Amazon, Magazine Luiza e Americanas, basicamente o que ela faz é comprar participação nesses pequenos vendedores e ajudar na potencialização desses negócios.
Para saber um pouco mais sobre a dinâmica dos unicórnios brasileiros, o Simplifica conversou com o Guilherme Nosralla, cofundador da Merama. Confira a entrevista.
Blog Simplifica – Quais são os maiores desafios dos unicórnios brasileiros?
Guilherme Nosralla – Os desafios variam muito com a fase de crescimento da startup. Especificamente, para as startups que já ganharam o status de unicórnio, os desafios de recrutamento acelerado e crescimento de participação de mercado ainda continuam. Nesse estágio, o grande desafio é largar a mentalidade de “todo mundo faz tudo” e começar a estruturar a empresa com departamentos, hierarquias, progresso de carreira, treinamentos, etc, sem perder a agilidade. Além disso, em um ambiente de juros altos, os unicórnios brasileiros têm o desafio adicional de provar que conseguem gerar caixa e ser autossustentáveis mais cedo, para depender menos de rodadas adicionais de investimento.
BS – Como o financeiro de uma startup precisa se organizar para receber um grande aporte de investimentos?
GN – Para as startups no Brasil, é até desafiador abrir uma conta em um banco. Um grande desafio é o fato que a maioria dos fundos de Venture Capital realizam investimentos em dólar fora do Brasil. Assim, para levantar uma rodada de investimento relevante, as startups têm que ter uma estrutura que possibilite receber esse investimento fora do país e depois nacionalizar o dinheiro pagando os impostos devidos.
BS – Quais são os próximos passos da Merama? O que podemos esperar para 2022?
GN – Estamos cada vez mais ampliando as categorias nas quais atuamos e finalizando mais alguns investimentos grandes em 2022. Além disso, continuamos em um ritmo de crescimento acelerado e almejamos dobrar de tamanho em receita em 2022.
BS – Que dica deixaria para gestores financeiros que almejam que as startups em que trabalham atinjam o posto de unicórnio?
GN – Acredito que o principal ponto neste momento é garantir o crescimento do negócio com geração de caixa. Estamos em um momento de mercado difícil para levantar capital, e as empresas que conseguirem perdurar têm muita chance de ganhar uma fatia de mercado relevante e almejar valuations maiores mais para frente.
Se você se interessou pelo assunto e quer saber mais, aproveite e faça logo a sua inscrição no Startups Fever. O Guilherme vai falar sobre como é estar à frente de uma companhia que vale mais de US$1 bilhão e o que muda ao atingir esse posto.
