A inteligência artificial (IA) tem se destacado nos últimos anos como uma poderosa ferramenta para negócios em todo o mundo, revolucionando a maneira como operam, tomam decisões e se comunicam com os clientes. Com o uso estratégico da IA, as empresas podem impulsionar seu crescimento e otimizar processos, criando vantagem competitiva no mercado.
Neste artigo do Simplifica!, exploraremos o que é inteligência artificial e como ela está sendo aplicada em negócios globalmente. Também discutiremos exemplos práticos de tecnologias de IA que já estão transformando empresas em diversas áreas. No final, confira nossa estrevista sobre o tema com o especialista Marcel Jientara, CEO da Alana AI e palestrante confirmado do Startups Fever 2023.
O que é a inteligência artificial?
A inteligência artificial é um campo da ciência da computação que se concentra no desenvolvimento de sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente exigiriam a inteligência humana. Esses sistemas são treinados para aprender e tomar decisões com base em dados e padrões.
A IA pode, por exemplo, otimizar tarefas e processos, automatizando atividades repetitivas e manuais e economizando recursos humanos para se concentrarem em atividades mais estratégicas e criativas. E é por isso que essas tecnologias têm o potencial de transformar significativamente o dia a dia de uma empresa, oferecendo mais produtividade e eficiência operacional.
Com a capacidade de identificar padrões, tendências e prever a demanda futura, a inteligência artificial é capaz de impulsionar a inovação e melhorar a tomada de decisões estratégicas.
Aplicando inteligência artificial no seu negócio
Está pensando em implementar sistemas de inteligência artificial na rotina da sua empresa? No início, a nova prática pode ser desafiadora, mas oferece um enorme potencial para suas estratégias.
Continue a leitura para conhecer as principais áreas e fluxos de trabalho do seu negócio que podem ser aprimoradas com a IA.
Atendimento ao Cliente
Chatbots alimentados por IA são utilizados para fornecer suporte instantâneo aos clientes, responder a perguntas comuns, solucionar problemas e até mesmo concluir transações básicas. Esses assistentes virtuais estão disponíveis 24 horas por dia, agregando valor à experiência do cliente e reduzindo a necessidade de intervenção humana.
Plataformas como a BLiP, da TakeBlip, a Zenvia e a Chatbok Maker são três exemplos conhecidos no mercado brasileiro de serviços de inteligência artificial baseado em chatbots.
Personalização de Experiência do Cliente
Na área de segmentação e personalização da experiência do usuário, a IA pode ser usada para aumentar o engajamento e a satisfação do cliente, alavancando as taxas de conversão.
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Um exemplo comum disso são as plataformas de streaming, como a Netflix, que usam algoritmos especializados para recomendar filmes e séries com base nas preferências e histórico de visualização dos usuários.
Análise de Dados
Alguns sistemas de inteligência artificial são capazes de analisar grandes volumes de dados e identificar padrões, tendências e insights que podem não ser percebidos com facilidade pela análise humana
As empresas podem aproveitar algoritmos de aprendizado de máquina e técnicas de processamento de linguagem natural para examinar dados de vendas, comportamento do cliente, feedbacks e outras informações relevantes.
Empresas financeiras, por exemplo, como bancos e instituições de pagamento, lidam com uma grande quantidade de transações diariamente, e a identificação de atividades fraudulentas pode ser um desafio. Com a IA, é possível analisar padrões de transações, histórico de comportamento do cliente e outros dados relevantes para captar transações suspeitas em tempo real.
Automação de Processos
A automação é o objetivo de grande parte das empresas que usam inteligência artificial, e ela pode ser aplicada em qualquer área dominada pelas tarefas repetitivas e manuais, como o departamento financeiro, por exemplo.
Na automação de processos robóticos (RPA), softwares de IA são programados para realizar fluxos de trabalho predefinidos, interagindo com diferentes aplicativos e sistemas. Eles podem processar documentos, gerar relatórios, copiar e colar dados entre sistemas, preencher formulários, extrair informações de documentos e realizar cálculos simples.
Inteligência artificial e outras tecnologias no Startups Fever 2023
Agora que você já entendeu como o uso da inteligência artificial pode impactar seu negócio, conheça as tendências mais atuais desse tipo de tecnologia no Startups Fever 2023. O evento, que acontece em 3 de agosto em São Paulo, reunirá grandes nomes do ecossistema para discutir temas relevantes do mercado de inovação, como Marcel Jientara, CEO e fundador da Alana AI. Clique aqui e garanta seu lugar no maior evento de startups do Brasil.
Nós do Simplifica! batemos um papo com o palestrante sobre o atual momento das tecnologias de IA e seu impacto no dia a dia das empresas. Ele também deixou uma dica para quem deseja começar a aplicar essas estratégias em seu negócio. Confira:
S: Coletar dados de usuários nunca foi tão importante para as empresas como agora. Como a inteligência artificial pode ajudá-las a conhecerem melhor seus consumidores?
MJ: As empresas possuem muitos dados de seus consumidores, mas pouca capacidade de extrair informações úteis, e é aí que entra a inteligência artificial. Com ela, as empresas podem classificar esses dados mais facilmente, transformando-os em atributos e características, gerando insights acionáveis sobre esses consumidores. Por exemplo: uma IA é capaz de ler milhares de comentários e já classificar essas emoções e desejos do consumidor, permitindo que uma empresa considere isso quando for entrar em contato.
S: Com a coleta dos dados, vem a preocupação pela sua segurança e a privacidade de usuários, especialmente após a implementação de regulamentações mais rígidas como a LGPD. O uso de inteligência artificial exige, por parte dessas empresas, mais cuidado em relação a como tratam dados de usuários? Ou a IA chegou para facilitar essa proteção?
MJ: Fundamentalmente, a IA não torna mais complicada ou mais fácil a gestão de privacidade. Como sempre, as empresas precisam respeitar a lei, especialmente em relação ao uso de dados sensíveis e coleta de dados somente com consentimento. Infelizmente, as empresas brasileiras ainda estão aprendendo a seguir a LGPD e isso pode atrapalhar a adoção de IA, já que somente dados em compliance com a legislação podem ser utilizados no treinamento de uma IA.
S: Sempre que uma nova tecnologia começa a se popularizar no mercado, surgem questões éticas envolvendo seu uso, principalmente, por parte das empresas. As pessoas devem temer o uso inconsequente dessas tecnologias?
MJ: Como toda tecnologia, ela pode ser utilizada de forma maliciosa e, de fato, a IA possui, assim como a própria Internet, enorme potencial de uso negativo. Um bom exemplo é o uso de IA para gerar fake news ou automatizar com textos cada vez mais reais tentativas de golpes online, especialmente por WhatsApp. As pessoas devem ser educadas sobre novas tecnologias e seu uso positivo, assim como se proteger do uso negativo, e a inteligência artificial passará por essa fase educacional, assim como a Internet está passando neste momento.
S: Cada vez mais as marcas têm procurado estabelecer comunidades fortes ao redor de si mesmas. O fator humano está muito presente no estabelecimento dessas comunidades, indo desde a figura do Community Manager ao engajamento genuíno de pessoas. Apesar disso, você acredita que a Inteligência Artificial e outras tecnologias do momento possam ajudar uma marca a traçar boas estratégias para criar e fortalecer sua comunidade? Como?
MJ: Community led growth é uma tendência poderosa e a inteligência artificial complementa de forma positiva o trabalho dos community managers. Você pode utilizar IA para extrair insights interessantes da sua comunidade, como seus assuntos de interesse e, após isso, usar IA generativa para publicar mais conteúdos relevantes na comunidade, de forma mais escalável do que se fosse manualmente. Outro uso interessante é a IA como um agente moderador, evitando que usuários maliciosos postem conteúdos que não sejam do interesse da comunidade. O Community Manager do futuro é um orquestrador da Comunidade que utiliza IA como uma forma de potencializar os seus conteúdos proprietários e entender facilmente o que os membros desejam, adequando sua estratégica diariamente graças à IA. Comunidades que são rasas serão ainda mais rasas com o uso de IA, já que o conteúdo será cada vez mais genérico. Comunidades que possuem profundidade e valores genuínos serão potencializadas pela IA de forma extremamente positiva, permitindo crescimento na base de membros, sem perda de qualidade.
S: Pensando nas tecnologias, sistemas e possibilidades oferecidas pela Inteligência Artificial e já adotadas pelo mercado, quais delas você indicaria a PMEs que desejam começar a usar IA em suas estratégias hoje?
MJ: Para PMEs, minha sugestão é iniciar com o básico, que são as ferramentas gratuitas de Facebook Ads e Google Ads, que facilitam a gestão de mídia paga. Adicionalmente, existem plataformas de Customer Experience de fácil uso, como Alana AI e ManyChat.
S: Quais são suas principais projeções para 2024 quando o assunto são as tecnologias e o mercado do Marketing? Elas envolvem, de alguma forma, o uso de IA?
MJ: O Marketing como conhecemos está passando por uma profunda transformação digital e acredito que nos próximos anos, principalmente por conta da IA, essa transformação será acessível para todas as empresas e não apenas aquelas com grandes orçamentos. Os sistemas inteligentes de geração de texto e de imagem são as duas principais tendências que mudam completamente a lógica de geração de conteúdo-campanhas e os profissionais de marketing que não dominarem essas ferramentas serão extintos, assim como os datilógrafos foram no passado.