Todo empreendedor, antes de tirar a sua empresa do papel, reflete sobre diversas questões a respeito do que ela pretende entregar, como quer ser percebida pelo seu público-alvo, sua proposta de valor, entre outros aspectos fundamentais que irão compor a sua essência.
Um passo super importante para traçar essa “alma” da empresa é justamente definir um modelo de negócios, que servirá como norte para que os objetivos corporativos sejam alcançados.
Isso não é apenas sobre o que faz a empresa gerar lucro, mas, principalmente, sobre como ela cria, entrega e absorve valor para o cliente.
Além disso, definir um modelo de negócios auxilia na estruturação de toda a organização, simplificando processos, como parcerias, contratação, precificação e etc, e contribuindo para a inovação contínua, fator fundamental para a sobrevivência das empresas, sobretudo, as digitais.
Atualmente, com o crescimento das startups, existem várias opções de modelo de negócios, que podem se adequar à realidade da empresa.
Neste conteúdo, vamos, então, definir o que é esse conceito, como ele se adequa aos empreendimentos digitais e alguns passos para defini-lo. Acompanhe conosco!
O que é modelo de negócios?
O conceito de modelo de negócios está relacionado à forma como uma empresa cria, distribui e captura valor. Esse conceito foi desenvolvido por Alexander Osterwalder, a fim de simplificar o entendimento completo de um empreendimento.
Esse foi um recurso desenvolvido para que as organizações pudessem continuar crescendo de forma sustentável, formulando a natureza do negócio, com base em um mindset voltado à inovação e manutenção do diferencial competitivo.
Em resumo, um modelo de negócios proporciona a visão completa das principais funções de uma organização, possibilitando que empreendedores reflitam a respeito de cada uma delas para, assim, definir o que precisa ser feito para captar clientes e aumentar os resultados.
“A escolha do modelo de negócio está ligada à capacidade da solução de capturar valor do problema que está sendo resolvido. Portanto, durante a fase de descobrimento de produto, é preciso investir um bom tempo debatendo sobre esse ponto. Quanto mais clara for essa explicação para os potenciais investidores, suportada por uma boa narrativa de preferência, mais fácil será a captação de investimentos externos”, pontua Cássio Azevedo, da Astella Investimentos.
Atualmente, com a transformação digital e o surgimento de startups, o formato como um modelo de negócios era concebido mudou, embora a essência de criar, distribuir e capturar valor continue a mesma. Agora, a inovação está cada vez mais presente em modelo de negócios, e empreendimentos digitais precisam compreender como tirar o melhor proveito disso.
O que são empreendedores digitais?
Empreendedores digitais são aqueles que criam e operam seu negócio no ambiente digital, conectados à internet. Eles se baseiam em um modelo de negócios, que, geralmente, surge a partir de um investimento de recursos menor, uma vez que são empresas que não exigem estruturas físicas complexas e nem de uma equipe robusta para operar.
Para os especialistas, o empreendedorismo digital é uma das melhores formas da atualidade para gerar renda e conquistar independência profissional e financeira. Não é à toa que milhares de pessoas passaram a investir nesse modelo de negócios.
Isso só é possível, porque a tecnologia e o acesso à internet têm ampliado, cada vez mais, os caminhos para empreender. Como é um ambiente flexível e que é compatível com basicamente qualquer segmento de atuação, o digital permite com mais facilidade que empreendedores coloquem suas ideias em prática. Ou seja, empreendedores digitais podem comercializar de tudo, desde ideias, conhecimento ou ferramentas de tecnologia.
Exemplos desses produtos são:
- E-books e infográficos;
- cursos de formação;
- sites e blogs;
- vídeoaulas;
- softwares;
- jogos;
- Muitos outros!
Sim, os seus influenciadores favoritos também são considerados empreendedores digitais, pois o ambiente no qual comercializam seu produto é a internet, por meio das redes sociais.
Agora que você já sabe o que é um empreendedor digital, vamos conhecer 4 modelos de negócios que podem ser aplicados por eles:
- E-commerce: lojas virtuais são o modelo mais conhecido de modelo de negócios digital. Tratam-se de plataformas para venda de produtos, que podem variar entre diversos segmentos. Vale ressaltar que, mesmo sendo uma loja virtual, o empreendedor ainda precisa fazer a gestão de negociações com fornecedores, bem como lidar com estoque e frete, por exemplo. Nesse modelo, investir em estratégias de comunicação e marketing também é fundamental;
- Marketplace: primo do e-commerce, o marketplace é voltado para aqueles que desejam vender seus produtos on-line, mas não dispõem de recursos para tornar isso possível. Nessas plataformas, encontram-se lojas de nichos variados, que oferecem, muitas vezes, o mesmo produto, possibilitando que o comprador decida com base na credibilidade do vendedor e na avaliação do produto. Normalmente, esses modelos de negócio já possuem tráfego e público qualificado, servindo como uma vitrine para a promoção e divulgação dos seus parceiros;
- Conteúdo: aqui, é onde os infoprodutores, afiliados, influenciadores, produtores de conteúdo e muitos outros, ganham sua renda. A regra é produzir e divulgar informações de interesses do público;
- Serviços diversos: empreendedores digitais também podem utilizar a internet para comercializarem um serviço, por exemplo, de consultoria.
Como é possível perceber, existe um modelo de negócios para cada tipo de produto. Mas, você deve estar curioso para saber como definir o mais adequado para um empreendimento. É o que veremos a seguir.
Entenda como definir um modelo de negócios
Escolher o modelo de negócios ideal para um empreendimento pode ser bastante desafiador. Pensando nisso, elaboramos um passo a passo simplificado, que, com certeza, vai ajudar empreendedores a tirarem seu projeto do campo das ideias.
De acordo com Cássio, o empreendedor precisa considerar alguns fatores fundamentais, na hora de definir o seu modelo de negócio. “A empresa precisa buscar o seu product market fit, ou seja, o mercado que melhor se adequa ao seu produto. Afinal, qual se encaixa melhor com a sua solução em termos de captura de valor, hipoteticamente? Além disso, é essencial realizar benchmarks no mercado, para compreender melhor as nuances do modelo escolhido e as métricas de resultado”, ressalta.
Dessa forma, entendemos que, primeiramente, é necessário colocar no papel a que o negócio se destina. Atualmente, a metodologia mais utilizada para esse fim é o Canvas. Trata-se de um quadro dividido em nove blocos, que tem o objetivo de estimular o empreendedor a fazer um brainstorming sobre a essência da empresa, trazendo mais clareza e precisão ao planejamento estratégico.
O Canvas do modelo de negócios precisa responder às seguintes perguntas:
- O que o negócio oferece: aqui, a resposta é a proposta de valor da empresa;
- A quem se destina: nessa pergunta, o empreendedor precisa definir o seu cliente final, seu público-alvo;
- O que é o produto: definirá o que será realizado, quais recursos serão utilizados para isso;
- Quem são os parceiros: ajudará a entender como levar uma melhor oferta de produto e/ou serviços ao público;
- Quais são as fontes de receita: definirá a metodologia de cobrança e os principais meios geradores de receita;
- Quem são os geradores de custos: definirá a estrutura de gestão financeira;
- Para começar, o que precisa: a resposta é a infraestrutura, os recursos ou os serviços de base;
- Como fazer o produto chegar até o cliente: trará uma noção dos canais de distribuição, estratégias de marketing e publicidade;
- Como fazer a gestão do atendimento ao cliente: aqui, o importante é escolher os canais e a forma que a empresa se relacionará com o cliente e proporcionará a melhor experiência.
“Indico buscar cases de sucesso, sejam eles nacionais ou internacionais, que fundamentam a escolha do modelo e facilitam o entendimento da narrativa”, completa Azevedo.
O importante é que todas as respostas levem o empreendedor a desenvolver um modelo de negócios que traga entendimento amplo da empresa e que seja capaz de direcionar o time, produto e gestão financeira, lucros e etc, nas tomadas de decisão estratégicas.
Gostou das nossas dicas? Agora já sabe como colocar tudo isso em prática?
