Nos últimos anos, a transformação digital vem causando diversas mudanças no financeiro. Segundo especialistas na área, elas vêm acontecendo de uma forma muito natural, com ferramentas que trazem mais inteligência por trás das decisões e uma série de possibilidades.
“O financeiro deixa de ser um tirador de pedidos e um report de números apenas. Passa a ser uma área que contribui ativamente para o crescimento e rentabilidade da empresa. Aqui a gente olha para tudo, não só para o nosso resultado financeiro. Nosso grande objetivo é provocar as outras áreas e gerar mais valor para a companhia como um todo”, afirma Victor Gatti, head de Finanças da Exame.
Os reflexos desse novo comportamento também são sentidos na própria postura de quem integra o time. “Os profissionais de Finanças vêm mudando muito, principalmente pelas ferramentas tecnológicas que foram surgindo para ajudar nos processos. Assim, o financeiro deixa de ser encarado como o dono do dinheiro, mas quem faz com que a empresa o utilize da melhor maneira possível”, lembra Plínio Martins, gerente de Controladoria da Vindi.
Quem trabalha na área deve se lembrar da loucura que era administrar tanto papel e tanto processo do financeiro de antigamente, com um controle muito manual e até mesmo não eficiente. “A tecnologia veio como um divisor de águas. Quando você tem ferramentas com dados, é possível desenvolver mais a estratégia do negócio. Os profissionais acabam se tornando mais complexos também com uma visão mais estratégica e colocando os recursos nos melhores lugares”, completa Plínio.
“Estamos automatizando toda a parte financeira para o time ficar cada vez menos manual. Usamos as ferramentas de uma forma integrada, e isso contribui muito para a tomada de decisões mais estratégicas para o financeiro. Quanto mais integrado a gente estiver, melhor será o nosso trabalho”, ressalta Victor.
Dados e tecnologia como aliados
Em uma era cada vez mais tecnológica e baseada em dados, o financeiro não fica de fora dessa realidade.
Na Exame, por exemplo, há uma proposta de aproximar equipes de inteligência ao planejamento estratégico, muito com essa ideia de futuro, onde se quer chegar, previsibilidade e estratégia. “Temos um analista de dados para cada squad. O time de dados realiza workshops com outras equipes da empresa e ensina como analisar os principais indicadores para toda a empresa”, explica Gatti.
Na Vindi, o Analytics acaba sendo o grande parceiro. “Temos um projeto chamado Vindi Universidade, em que essa compreensão sobre dados está sendo muito difundida”, conta o gerente de Controladoria.
A vida real não é tão linear quanto o planejamento
Outra coisa bastante importante que tanto a liderança financeira da Vindi quanto da Exame pontuam é que a mentalidade de teste passou a estar muito evidente com as mudanças no financeiro, assim como uma nova perspectiva para o erro.
“Chegamos com uma hipótese, o que esperamos com o produto e o que queremos medir. Se não der certo, o trabalho não é em vão, porque nos possibilita ver que não é interessante continuar com tal produto. O mindset é de teste. O que importa é o aprendizado”, resume Gatti.
“Eu sempre brinco que quem não erra não está testando algo novo. Às vezes, você não tem que ser o produto perfeito, mas o primeiro. E depois você vai melhorando. É preciso ter o mínimo de pesquisa por trás, mas quem vai dizer se realmente funciona é o cliente final”, aponta Martins.
Dicas para os líderes enfrentarem as mudanças no financeiro
Se você está ocupando um cargo de liderança no financeiro, preste atenção nestas dicas:
“O mundo está mudando. Caso você queira mudar ou não, ele está mudando. Adaptar-se segue a linha da curva J: super doloroso no começo, mas depois vai facilitar muito a sua vida. O principal mindset que a gente tenta manter aqui na Exame é o certo a se fazer para o futuro. Vai dar trabalho no começo? Dá muito trabalho. Mas, é necessário fazer. Foque no futuro e faça o que precisa ser feito. Não penalize o erro, pois é preciso testar coisas novas e trazer ideias. O financeiro está se digitalizando principalmente para os colaboradores trazerem novas ideias.” Victor Gatti, head de Finanças da Exame
“Trabalhamos com pessoas, então, é preciso que os propósitos estejam muito bem alinhados. Combine o jogo e se divirta. Vai ser difícil e doloroso, vão ter tropeços. O importante é não se abalar e dar o próximo passo. Não existe mudança sem dor. A curva J diz muito sobre isso. No final do dia, não tenha medo de ousar. Se quiser resultado diferente, faça diferente.” Plínio Martins, gerente de Controladoria da Vindi