Cada vez mais, a tecnologia faz parte da nossa rotina, seja em casa, no trabalho, nos órgãos públicos e privados. Ela veio para facilitar muitas atividades que, antes, tomavam tempo, envolviam bastante gente e podiam trazer muita dor de cabeça para as pessoas e, também, para as empresas.
É nesse contexto que o termo fintech começa a se popularizar, fazendo parte da revolução do modo como os indivíduos e as organizações lidam e fazem a gestão das suas finanças.
Embora esse termo seja, atualmente, um dos mais utilizados no mercado financeiro, ele ainda pode gerar dúvidas. Por isso, preparamos um conteúdo explicando o que é fintech, que serviços elas oferecem, os tipos de investimento, suas vantagens e muito mais, para você entender de vez como esse modelo de negócio tem ajudado a acelerar os processos de inclusão financeira nos mais variados segmentos da sociedade.
Vamos juntos? Continue a leitura!
O que é fintech?
Fintech é um termo que surgiu da abreviação de duas palavras da língua inglesa, financial (financeira) e technology (tecnologia), representando as empresas do setor que oferecem soluções e produtos financeiros de maneira 100% digital. Essas empresas ou startups se diferenciam das mais tradicionais do segmento, por conta do uso da tecnologia para transformar os serviços financeiros em atividades menos burocráticas, mais acessíveis e ágeis para seus clientes.
É importante ressaltar que, embora o termo fintech apareça normalmente associado às startups, as empresas do ramo não necessariamente são startups. A premissa básica para que uma empresa seja considerada uma fintech é que ela seja focada, exclusivamente, no setor financeiro, seja ela uma empresa que ainda está nos estágios iniciais, ou as que já encontram-se estabelecidas no mercado.
E esse setor, durante a pandemia, ficou bastante aquecido, sendo o que mais cresceu no mundo todo. Só no Brasil, que é hoje considerado o maior ecossistema de fintechs da América Latina, foram R$ 2,9 bilhões investidos. De acordo com o último Mapa de Fintechs, feito pelo Finnovation em 2019, o Brasil possui mais de 500 fintechs espalhadas em todo território nacional, que operam em, pelo menos, 10 segmentos.
Agora que você já sabe o que é fintech e já viu como esse modelo de negócio está em alta, vamos entender melhor sobre as particularidades dos serviços que pode oferecer e seus tipos, abaixo:
- Fintech de pagamento: aqui no Brasil, essas são as fintechs mais populares. O principal objetivo desse tipo é tornar mais ágil o processo de compra e venda de produtos ou serviços, por meio de cartões de débito ou crédito, boleto e etc.;
- Fintech de gestão financeira: esse modelo procura auxiliar o cliente a fazer uma melhor gestão e controle de despesas das suas contas e orçamentos, desde pessoas físicas a pessoas jurídicas. Uma plataforma que vem se destacando no mercado é a Conta Simples, que faz gerenciamento de despesas para empresas e reúne conta corrente digital e múltiplos cartões corporativos;
- Fintechs de crowdfunding: aqui, o foco é identificar ideias disruptivas e que possam gerar algum tipo de investimento de terceiros. Nesse caso, a fintech busca levantar um investimento coletivo para tirar uma ideia do papel;
- Fintech de investimentos: a tecnologia tornou o processo de investir muito mais fácil. Com o auxílio das fintechs de investimentos, as pessoas conseguem, em poucos cliques e pela tela do computador ou dispositivo móvel, acessar todo o mercado financeiro e a bolsa de valores, podendo investir seu dinheiro onde bem entender;
- Fintech de crédito ou empréstimo: essa nada mais é do que uma instituição especializada em oferecer produtos e serviços de crédito de maneira menos burocrática e, muitas vezes, com taxas de juros mais baixas do que as cobradas por empresas no modelo tradicional;
- Fintech de bitcoin: mas é claro que fazer a gestão de criptomoedas, como o bitcoin, tornaria-se um serviço, mais cedo ou mais tarde. Por meio desse tipo de fintech, o cliente consegue, então, fazer transações de compra e venda da criptomoeda de forma segura e fácil.
Como investir no mercado de fintechs?
Que o mercado de fintechs está em uma crescente, isso já ficou claro. E receber investimentos faz parte da natureza desse modelo de negócio, que, independentemente do porte e de sua natureza, precisa captar fundos para colocar em prática seus objetivos.
Entretanto, se você é investidor ou pretende se tornar um, você precisa conhecer as formas que uma fintech ou startup pode levantar investimentos, até mesmo, para que você possa tomar alguns cuidados e entender que nem toda empresa do segmento vai valer o seu dinheiro.
Vamos lá?
Rodadas de investimento
Como já mencionamos, assim como as startups, as fintechs são empresas que estão sempre em busca de captar fundos, a fim de manter o seu crescimento contínuo e realizar os objetivos de negócio. E as rodadas de investimento são justamente o processo por meio do qual a maior parte das fintechs levanta recursos para financiar sua operação.
Nesse modelo, os estágios de investimento estão bem definidos, começando com os investidores-anjos, as aceleradoras e, depois, seguindo para investimento semente (seed). A partir daí, começam as rodadas em série, que seguem a ordem alfabética: série A, série B, e assim sucessivamente.
Cada rodada de investimento se diferencia entre si por conta do objetivo do investimento buscado com a manobra e depende da fase em que a empresa se encontra. Certas rodadas podem acontecer com o foco na aquisição de clientes para uma empresa, por exemplo.
Para facilitar ainda mais sua compreensão, preparamos uma lista com os tipos de rodadas de investimento e suas principais características:
- Investimento-anjo: essa é a primeira rodada de investimentos de qualquer startup ou fintech, que costuma ser efetuado por pessoas físicas com capital próprio e pequenos investidores profissionais, agregando valor aos empreendedores por meio de sua experiência, conhecimento e rede de relacionamento;
- Seed: quando a empresa já possui sinais de validação de seu produto e serviço e está em busca de desenvolvê-lo, ela começa as rodadas de investimento chamadas de seed (semente). Aqui, o foco é encontrar o que se chama de Product Market Fit (validação de mercado) e entregar valor para uma base inicial de clientes. No Brasil, essas rodadas podem girar em torno de 1 milhão a 5 milhões de reais. Além disso, é neste momento em que a empresa desenvolve o marketing e vendas com soluções conhecidas e personas já estabelecidas;
- Série A: nessa série, o capital é utilizado para otimizar a base de usuários, melhorar a credibilidade da fintech e impulsionar o negócio, explorando novos mercados. Os investidores dessa rodada têm a expectativa de que a empresa já possua um plano concreto para implementar um modelo de negócio lucrativo a longo prazo;
- Série B: quando o aporte é classificado como de série B, isso significa que a fintech já desenvolveu uma base fiel de clientes e conseguiu validar seu modelo de negócio. O seu objetivo é que investidores contribuam para escalar o negócio, otimizando os processos e ampliando seu alcance de mercado;
- Série C em diante: nessa rodada, o investimento pode buscar internacionalizar as operações da fintech e contribuir para acelerar seus mais diversos âmbitos.
As demais rodadas dão continuidade na expansão do negócio, buscando os mesmos objetivos, até que a empresa atinja o nível de maturidade esperado para uma abertura de capital (IPO).
Leia mais: Os segredos de um IPO de sucesso: o case Méliuz
Por que as fintechs atraem tantos investimentos?
Já entendemos que as fintechs são uma tendência de inovação que vem revolucionando a forma como milhares de pessoas ao redor do mundo se relacionam com o dinheiro. E, por conta de seus produtos disruptivos, esse modelo de negócio traz diversos benefícios para pessoas e organizações
De acordo com um levantamento recente desenvolvido pela Emerging Venture Capital Fellows, que traz um mapeamento completo e detalhado de investidores de Venture Capital do Brasil, as startups do setor de fintech lideram o ranking de setores que mais recebem investimentos, seja em número de deals ou volume de funding.
E qual será a razão por trás disso?
Estudiosos apontam que uma das principais razões para esse salto está na adesão de clientes da classe C e D, que foram incentivados pela democratização dos serviços bancários e de crédito, que acabou levantando o interesse e a atenção das pessoas para uma gestão mais eficiente e consciente do seu dinheiro.
Além disso, outros fatores que podem ter contribuído para o crescimento desse mercado foram as medidas regulamentares que vêm diluindo a concentração bancária e desburocratizando o oferecimento de serviços de crédito ou financiamento, por meio do mercado financeiro ou mercado de capitais, antes restrito aos grandes conglomerados financeiros.
Sem contar as diversas vantagens desse mercado, como:
- Serem empresas jovens e flexíveis, que se encaixam no perfil de solução ideal que os investidores apreciam;
- O fato de que uma das bases desse modelo de negócio é a mentalidade voltada à melhorias contínuas e inovação constante. Aqui, o foco é gerar a maior experiência de uso para os clientes;
- O interesse crescente das pessoas por uma gestão financeira inteligente e sustentável, o que ainda é pouco difundido na sociedade em geral, que ainda mantém muitos de seus recursos nas poupanças de seus bancos tradicionais. As fintechs, ao oferecerem um aplicativo on-line, com conteúdo educativo, por exemplo, são capazes de aumentar a cultura voltada a investimentos no país, atraindo e educando pessoas para se tornarem consumidores;
- O custo, que, por conta do uso da tecnologia, acaba sendo acessível, aumentando o potencial de escalabilidade dos negócios.
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