Como conseguir venture capital no cenário econômico atual?

Como conseguir venture capital em tempos de crise econômica? Nesse desafio é importante entender o cenário...

Em um cenário econômico desafiador como o atual, com juros altos e incertezas, conseguir venture capital para o seu negócio pode parecer uma tarefa ainda mais difícil.

No entanto, ainda é possível conquistar investidores dispostos a ajudar empresas promissoras a crescer. 

Neste artigo, abordaremos estratégias chave e considerações importantes tanto para os investidores quanto para aqueles que buscam financiamento. Descubra como conseguir venture capital para impulsionar o crescimento do seu negócio.

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Contexto macroeconômico

Antes de você ir em busca de venture capital, é fundamental compreender o cenário macroeconômico atual. Para isso, analise os impactos da crise, os juros altos e as tendências do mercado. Isso permitirá que você se adapte e planeje estrategicamente suas abordagens para conseguir investidores em potencial.

Fortalecendo a proposta de valor do seu negócio na busca por venture capital

Em tempos de crise é ainda mais crucial destacar o valor único do seu negócio. Foque em desenvolver um modelo de negócio sólido, com um produto ou serviço inovador e que resolva problemas reais do mercado. 

Demonstre como sua empresa pode enfrentar os desafios econômicos e superar a concorrência. Ao fortalecer sua proposta de valor, você aumenta suas chances de atrair o 

interesse dos investidores.

Construindo relacionamentos sólidos

A construção de um bom networking é fundamental no processo de conseguir venture capital

Identifique investidores que estejam alinhados com seu setor e compartilhem da sua visão de longo prazo. Participe de eventos do setor, redes de empreendedorismo e encontros de networking para estabelecer conexões valiosas. 

Os investidores procuram não apenas oportunidades de investimento, mas também empreendedores talentosos e apaixonados.

Tenha um plano sólido

Durante tempos de crise, é importante apresentar um plano de negócios sólido e realista aos investidores. 

Para isso, mostre como sua empresa pode se adaptar a diferentes cenários econômicos e como planeja mitigar riscos. Apresente projeções financeiras detalhadas e uma estratégia clara para enfrentar os desafios econômicos. 

Um plano bem estruturado e fundamentado demonstra sua preparação e comprometimento com o sucesso.

Destacando resultados e métricas

Para conquistar investidores é essencial destacar resultados tangíveis. Mostre evidências de que sua empresa está ganhando tração, conquistando clientes e gerando receita, mesmo que em escala menor. 

Os investidores desejam ver seu potencial de crescimento e sua capacidade de se adaptar aos desafios econômicos. Quanto mais você puder comprovar resultados e métricas sólidas, mais atrativo seu negócio será.

O futuro da gestão financeira das empresas

Startups Fever 2023: descubra como conseguir venture capital e desvende desvende esse universo

Durante a Startups Fever 2023, que acontecerá dia 03 de agosto de 2023, teremos uma trilha especial sobre venture capital.

Essa é uma oportunidade imperdível para empreendedores e investidores se aprofundarem no mundo do financiamento de startups. Essa trilha específica foi projetada para fornecer insights valiosos, orientações práticas e networking estratégico para aqueles interessados em conseguir venture capital para seus negócios.

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O evento contará com palestras ministradas por especialistas renomados no setor. Esses especialistas compartilharão seus conhecimentos sobre as melhores práticas para atrair investidores, discutirão os desafios enfrentados em tempos de crise econômica e oferecerão dicas valiosas para preparar um pitch de sucesso.

A trilha incluirá estudos de caso inspiradores de startups que conseguiram obter venture capital, mesmo em meio a desafios econômicos. Esses casos de sucesso destacam estratégias eficazes, erros a serem evitados e insights práticos que podem ser aplicados pelos participantes em suas próprias jornadas de captação de investimentos.

E, claro, todos os participantes terão a oportunidade de participar de painéis de discussão com investidores ativos no cenário de venture capital. Esses painéis permitirão que empreendedores façam perguntas, obtenham informações valiosas sobre o que os investidores estão procurando e entendam os critérios de investimento em tempos de crise econômica. Isso ajudará a moldar suas estratégias de captação de recursos.

Além das sessões interativas, a trilha de venture capital no Startups Fever 2023 oferecerá inúmeras oportunidades de networking com investidores, fundos de capital de risco e outros empreendedores em busca de financiamento. Essas interações permitirão o estabelecimento de contatos valiosos, troca de ideias e potenciais parcerias para impulsionar o crescimento dos negócios.

Participe dessa jornada única para se aprofundar no mundo do financiamento de startups. 

Confira nossa entrevista com Carlos Costa (partner at Valor Capital) sobre venture capital

Conta Simples: O cenário macroeconômico tão desafiador, com alta inflação e taxa de juros, e ainda cercado de incertezas causa impacto direto no venture capital. Se possível, cite 3 pontos de atenção e 3 dicas que você daria para os investidores e também para quem busca investimentos nesse momento.

Carlos Costa: O movimento recente inflacionário e de subida de taxa de juros deixou um cenário desafiador (seja pela profundidade do evento ou velocidade com o qual aconteceu), o estímulo excessivo monetário que vimos recentemente, principalmente nos 12 meses após a pandemia, também foi altamente desafiador e criou uma irracionalidade exuberante e que ainda terá efeitos por muitos trimestres.

Dito isso e entendendo o ciclo de mercado onde estamos, as três dicas são:

1. Esteja atento às grandes oportunidades que irão surgir neste ciclo. 

Venture Capital é certamente influenciado pelo macro, mas ainda mais (e talvez muito mais) por tailwinds regulatórios e tecnológicos que podem criar enormes oportunidades de criação de valor. 

O momento atual desafiador não deveria ser obstáculo ao surgimento de teses e companhias incríveis, e não deveria desanimar aqueles entusiastas dessa classe de ativos. 

2. Entenda como inovação e regulação andam lado a lado: 

Em diversos segmentos, de serviços financeiros à inteligência artificial, o regulador pode ter um papel criativo ou destrutivo. Importante ficar atento à ambas as variáveis, e a relação entre elas;

3. Seja intelectualmente curioso e compartilhe ideias: 

O mercado de Venture Capital está em constante mudança e teses novas podem ser criadas a cada momento. É muito importante ter uma mente aberta, alta curiosidade, humildade intelectual, estar sempre disposto a aprender e debater ideias e opiniões com outras pessoas. 

Ao mesmo tempo, levantaria três pontos de atenção que considero importante:

1. Um ativo bom pode ser um deal ruim, e um ativo ruim via de regra é um deal ruim: é importante ter racionalidade na hora de investir em uma companhia.

2. Ser contrário é arriscado, mas é o que traz retornos acima da média: o mercado é movido por psicologia no curto prazo: em Bull Markets, o que domina é o FOMO. Em Bear Markets, o FOMO é trocado pelo fear of catching a falling knife. Importante desenvolver um pensamento independente e objetivo, evitar olhar excessivamente para o lado e construir as suas próprias convicções;

3. Taxa de juros é tão forte quanto a gravidade, a longo prazo o que realmente importa é fluxo de caixa: algumas coisas na natureza são estruturalmente inevitáveis, e uma delas é que ativos de alta duração, como Venture Capital, serão desproporcionalmente influenciados por taxas de juros mais elevadas. Isso afeta muito a valuation, assim como capacidade estrutural de qualquer ativo em gerar massivos fluxos de caixa. 

Conta Simples: Com o surgimento de novas tecnologias e mudanças constantes no mercado, quais são as principais tendências que você observa no cenário do venture capital atualmente e qual o impacto delas no venture capital? E como a Valor Capital se apropria dessas mudanças para continuar competindo e tendo uma presença forte no mercado?

Carlos Costa: Diversas tendências estão sendo observadas, seja em termos de inovações tecnológicas, regulatórias, ou de estruturas da classe de ativos em si.

1. Em termos de inovações tecnológicas, muitos movimentos interessantes estão acontecendo em áreas como DLTs, descarbonização e Inteligência Artificial.

Nosso time sempre está atento à esses movimentos, mapeando novas ideias e estudando o que é cutting edge;

2. Do ponto de vista regulatório, o Brasil tem criado – já há alguns anos – um terreno fértil para inovações centradas em redução de custo e geração de ganhos de eficiência, principalmente na indústria de serviços financeiros. Exemplos como o Pix (que por sinal ainda terá muitos outros capítulos, com muita inovação por vir), Open Banking, e agora toda a agenda de tokenização de ativos e DLTs, demonstram que o regulador pode ser um agente importante de inovação. Estar próximo às agendas de órgãos como o Banco Central e CVM é fundamental;

3. Já sobre a ótica estrutural, estamos vendo uma racionalização e contração (que muito provavelmente será prolongada) de valuations, processo derivado de um custo de capital mais elevado, fenômeno que irá criar atratividade de investimentos, ao mesmo tempo que demandará dos operadores maior eficiência na alocação de capital para crescimento, antecipação das curvas de lucratividade, redução nos números sucessivos de rodadas, etc.

Estamos atentos a todas essas mudanças e tendências, acompanhando as inovações e seus efeitos no mercado de investimento em tecnologia, assim como sendo muito rigorosos e disciplinados com tanto o processo de alocação de capital em novos investimentos, como também na gestão do portfólio existente.

Conta Simples:. Como você enxerga o papel do venture capital na promoção da inovação e no apoio ao crescimento de startups? E quais são os principais benefícios que os empreendedores podem obter ao receber investimentos desse tipo?

Carlos Costa: O investidor de venture capital pode ter um papel central no desenvolvimento do ecossistema de startups. Em primeiro lugar, o financiamento de empresas Early Stage, muitas vezes pré-operacionais, tem um perfil de risco muito alto e específico para essa classe de ativos. Algumas das ideias mais inovadoras precisam desse tipo de capital para sair do papel.

Uma vez que os empreendedores recebem esse tipo de investimento, geralmente um primeiro benefício é a maior institucionalização da sua startup, o que pode contribuir na trajetória de alto crescimento, atração de talentos e captação de rodadas subsequentes com capital estrangeiro.

Os grandes fundos de VC podem também entregar benefícios em diversas outras áreas, como apoio ao recrutamento de lideranças em diversas áreas, suporte na construção da estratégia e decisões de alocação de capital, business development, antecipação de movimentos regulatórios, e captação de novas rodadas.

Adicionalmente, fundos com presença local, com uma comunidade extensa de founders, experts e operadores, acabam criando uma camada importante e poderosa de inteligência coletiva, que ajuda novos empreendedores a mitigar diversas dores do processo e capturar sinergias existentes no portfólio.

Conta Simples:. Como vocês identificam as melhores oportunidades de investimento em um mercado competitivo? Existe algum processo ou abordagem específica que vocês seguem para selecionar as startups em que desejam investir?

Carlos Costa: O nosso processo de investimento começa com um estudo profundo das principais indústrias que atuamos, onde buscamos entender as principais tendências regulatórias e tecnológicas tanto local quanto globalmente. A identificação de novas teses é parte fundamental nesse mercado, e certamente contribui para uma tomada de decisão mais assertiva.

Feito isso, temos um processo estruturado de sourcing – tanto ativo quanto reativo – para estarmos em constante contato com founders. Esse processo passa por um relacionamento próximo com os principais fundos (de diferentes estágios), investidores anjo, experts no ecossistema, aceleradoras, universidades, etc.

Uma vez identificadas as oportunidades mais atrativas, temos nossos processos internos de Investimentos, que envolvem uma série de análises rigorosas, diligências na startup e no time, retorno potencial, etc.

Conta Simples:. Como a Valor Capital auxilia no desenvolvimento das startups em que investe além do financiamento? Quais são os recursos adicionais ou suporte estratégico que vocês oferecem para impulsionar o crescimento e o sucesso das empresas investidas?

Carlos Costa: Além do financiamento, a Valor Capital auxilia startups em diversas frentes, como apoio na atração de talentos, estruturação de parcerias e business development, suporte na criação de estratégia e business plans, execução de M&As, construção de estratégias regulatórias, além de fundraising de rodadas subsequentes.

Adicionalmente, temos um time específico de comunidade, que estimula as sinergias entre as startups do portfólio, organiza eventos e talks regulares sobre temas fundamentais e transversais, como otimização de custos de infra, go-to-market, desenho organizacional, incentivos aos funcionários, etc., ou eventos de setores específicos.

As iniciativas estruturadas de comunidade conseguem oferecer benefícios de forma mais organizada e escalável, mas também é importante reforçar que muito valor dessa indústria também é entregue via apoios que não escalam, reflexo de muito trabalho e dedicação individual para cada investimento que, por exemplo, temos assento no conselho.

Conta Simples:. Quais são os principais desafios que vocês enfrentam ao trabalhar com startups em estágios iniciais? E como funciona o relacionamento após o investimento, o acompanhamento no dia a dia, por exemplo?

Carlos Costa: São inúmeros os desafios, em cada etapa: primeiro, encontrar o product-market-fit correto, com unit economics saudáveis, é sempre algo desafiador. Contratar e reter times de alta performance e engajados com a cultura também é outro desafio; aqui é muito comum investirmos em uma dupla de Founders, tentando tirar uma ideia do papel, e que 12-24 meses depois já lideram 100 pessoas, com milhões de receita, milhares ou milhões de clientes, em um mercado no qual a dinâmica competitiva, macro, etc., já podem ser bem diferentes. Essas mudanças exponenciais são sempre desafiadoras para toda a estrutura da Companhia, incluindo os founders e até os próprios fundos.

Por isso é fundamental estarmos próximo dos fundadores, entender a fundo como a tese vem evoluindo, quais decisões estão sendo tomadas, e poder apoiar de uma maneira saudável e construtiva, conseguindo separar muito bem as naturezas dos riscos. Uma coisa que sempre reforçamos é que, a todo momento, devemos estar preparados para aceitar e enfrentar os riscos intrínsecos de uma startup, mas buscar constantemente evitar os eventos de extinção, para os quais devemos ter um senso de urgência e tolerância diferentes.

No final do dia, o trabalho do VC é te ajudar a evitar tail-risks e chegar mais rápido em velocidade de escape com qualidade.

Conta Simples:  Na sua opinião, quais são as principais tendências e desafios que o mercado de venture capital enfrentará nos próximos anos?

Carlos Costa: No curto prazo, o desafio é conseguir navegar num ambiente macro e geopolítico mais desafiador, e que pode persistir por muito tempo. O mundo está mais alavancado, a inflação global ainda é persistente, os mecanismos fiscais estão muito mais alavancados, e o global growth está em contração. Nesse contexto, tenho total clareza de que o ecossistema está amadurecendo e ficando mais resiliente, porém nesse percurso, muita startup ainda vai sofrer a ressaca de 2021. Ainda não chegamos no pico do imbalance entre oferta e demanda de capital, e o volume de down rounds, consolidação e fechamento de empresas certamente irá acelerar. Mas, isso é reflexo do organismo se reconstruindo e fortalecendo. No geral, muito net positive para VC, apesar das dores de curto prazo.

Um desafio, reflexo do ponto acima, é uma potencial consolidação, tanto na parte da demanda (startups) como da oferta (Fundos) de capital. Provavelmente será mais desafiador o surgimento de muitos novos Fundos no curto e médio prazo, e isso pode machucar um pouco a competição, que é elemento central no bom funcionamento do ecossistema.

Mas, esses fatores devem se ajustar no longo prazo, o que reforça o fato de que venture capital, no final do dia, precisa se adaptar às principais mudanças disruptivas do mundo, focar em apoiar founders excelentes, com ideias ousadas, atacando dores fundamentais em mercados enormes.

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