É bastante provável que você já tenha lido ou ouvido, mais de uma vez, o termo fintech. Ele ajuda a definir uma categoria de empresas inovadoras, que usam a tecnologia para criar soluções para problemas cotidianos.
Essas empresas estão inseridas no mercado financeiro e, muitas vezes, são chamadas de bancos digitais. Mas será que as fintechs são realmente bancos? Como elas funcionam? Podemos confiar nelas?
Neste artigo, você vai conhecer e entender melhor tudo que envolve o universo das fintechs: o que são, como são regulamentadas, quais tipos de fintechs existem, e muito mais. Vamos lá!
O que é uma fintech?
A palavra é um dos neologismos moderninhos que surgiu com a grande tecnologização das empresas: é a junção das palavras financial + technology (em tradução livre, tecnologia financeira). Em geral, as fintechs são uma categoria de startup – embora algumas se desenvolvam para além desse conceito, como veremos adiante.
As fintechs, em geral, são empresas focadas no desenvolvimento da tecnologia voltada às finanças. Elas trabalham oferecendo uma série de produtos e soluções financeiras pautadas no digital, para facilitar a vida de seus clientes. Para entender seu campo de atuação, vamos entender um pouco melhor o que elas buscam combater: a burocracia.
Burocracia, uma das palavras mais temidas por qualquer pessoa adulta que já teve que lidar com ela. Burocracia é uma espécie de sistema que rege a administração pública ou privada, um conjunto de regras rigidamente definidas que impede, basicamente, que as coisas virem uma bagunça.
Entretanto, muitas vezes, a burocracia acaba se tornando excessiva e, em certa medida, passou a ser considerada uma característica pejorativa do sistema bancário tradicional (e de outros setores da sociedade, como o imobiliário, por exemplo).
Para abrir uma conta nos moldes tradicionais, é necessário, em geral:
- tirar fotocópias de uma série de documentos (por vezes, autenticadas, o que aumenta o trabalho);
- comparecer presencialmente a uma agência;
- enfrentar fila de minutos ou horas para conseguir ser atendido;
- se der tudo certo na abertura da conta, esperar vários dias até receber um cartão e ter acesso aos serviços do banco.
Esse é o tipo de dificuldade que as fintechs buscam combater. Com esse exemplo, já fica mais fácil visualizar o que elas fazem e qual costuma ser a base de suas propostas de valor: criação de soluções financeiras fundadas na tecnologia, que visam à desburocratização e à otimização dos processos dos quais o cliente necessita.
As fintechs oferecem produtos e serviços como:
- contas digitais, que podem ser abertas apenas pelo aplicativo (sem necessidade de ir a uma agência ou tirar cópias de documentos);
- cartões de crédito físicos e digitais sem anuidade;
- contratação de empréstimos pelo app, entre outros.
A premissa é usar e abusar do digital, portanto, tudo pode ser feito online pelo cliente.
Como uma fintech funciona?
A premissa de toda fintech é oferecer serviços financeiros eliminando a burocracia e a custos nulos ou muito reduzidos. Com isso, o funcionamento das fintechs é, em essência, baseado na tecnologia e na otimização dos recursos utilizados.
Em resumo, podemos dizer que as fintechs funcionam com base em:
- Suporte das tecnologias digitais;
- Inexistência de agências físicas – o smartphone do usuário funciona como uma agência bancária digital;
- Grande redução de custos, uma vez que todo o aparato de recursos físicos não é necessário;
- Soluções rápidas e operações ágeis, já que tudo é digitalizado.
Quais são os tipos de fintechs?
As fintechs já têm grande expressão no mercado e muitas vêm figurando ano após ano entre as grandes empresas no mercado brasileiro e nos mercados mundo afora.
Como são empresas que encontram nichos de atuação dentro do oferecimento de serviços financeiros, buscando solucionar problemas do sistema bancário tradicional, há vários tipos diferentes de fintechs. Cada uma tem suas particularidades e atende a públicos específicos. Vamos conhecer melhor algumas delas abaixo.
Fintechs de gestão financeira
Esse modelo de fintech está focado em oferecer serviços que simplificam a gestão de contas, orçamentos e despesas, voltados a um gerenciamento otimizado que facilite a visualização dos gastos. Podem oferecer serviços para pessoas físicas e/ou pessoas jurídicas, tanto para conta corrente quanto para cartões de crédito.
A Conta Simples é uma dessas fintechs, focada no atendimento a empresas: seu modelo de negócios está baseado no gerenciamento inteligente de despesas e de cartões corporativos que podem ser administrados de forma fácil pelo aplicativo.
Fintechs de crédito ou empréstimos
As fintechs de empréstimos são especializadas em oferecer serviços de crédito, como empréstimos, financiamentos e até mesmo negociação de dívidas ativas. Como todas as fintechs, são focadas em oferecer esses produtos de forma rápida, desburocratizada e a juros mais baixos do que os do mercado tradicional.
Fintechs de pagamentos
Entre as mais numerosas no Brasil, as fintechs de pagamento contribuem para a rotina de empresas e microempresas, oferecendo soluções de compra e venda facilitadas. Um exemplo são as fintechs que oferecem aos clientes máquinas de cartão (débito e crédito) sem pagamento de taxa, ou permitem a emissão de boletos, entre outras facilidades.
Fintechs de seguros
Também chamadas de insurtechs, as fintechs de seguros buscam reduzir as burocracias relacionadas tanto à contratação de seguros quanto à avaliação do serviço de seguradoras, de modo que todo o procedimento é feito em minutos pelo app da empresa.
Qual a diferença entre fintechs, startups e big techs?
Para entender melhor a diferença entre essas categorias de empresas de tecnologia, podemos começar definindo uma das mais famosas: as startups.
Startups
Em linhas gerais, embora “startup” não tenha uma tradução literal para o português, o termo em inglês “start up” indica que essas são empresas que são fundadas e logo colocam seu produto e/ou serviço em funcionamento, sem depender de um grande investimento inicial, já que se pautam na tecnologia e conseguem baratear os custos de produção inicial – embora nem sempre apresentem lucro rápido.
Startups são empresas que desenvolvem produtos focados no cliente, que prezam pela inovação e pela resolução de problemas por meio do uso inteligente da tecnologia. Para definir uma startup, costuma-se utilizar três características básicas:
- Ser baseada em tecnologia (tech based): o serviço deve ter forte base em tecnologias digitais que permitam a inovação rápida e constante;
- Ter custos baixos de manutenção: principalmente em comparação com outras empresas mais tradicionais, uma startup costuma funcionar com menos recursos;
- Ter produtos e serviços facilmente escaláveis: já que é baseada em tecnologia e funciona com recursos mais baratos, os serviços e produtos vendidos pela startup são escaláveis, isto é, podem crescer rapidamente sem grandes mudanças na estrutura da empresa.
A partir da compreensão a respeito do que caracteriza uma startup, fica bem mais fácil entender sua diferença para as fintechs e as big techs. Vamos lá:
Fintechs
As fintechs, em geral, também são startups, mas assumem um nicho específico: o financeiro. Assim, essas empresas também preenchem as características das startups (tech based, custos baixos, solução escalável), com a particularidade de que seu campo de atuação é atender às necessidades financeiras dos clientes.
Big techs
As big techs são as startups que cresceram demais: as empresas que se consolidaram tanto no mercado de tecnologia que se tornaram referência e já estão entre as maiores do mundo. Muitas continuam tendo características de startups, principalmente a de soluções escaláveis – é o caso da Netflix e da Uber, por exemplo.
Qual a diferença entre uma fintech e um banco?
Embora trabalhem com o sistema financeiro, as fintechs não são bancos, e sim empresas de tecnologia que oferecem soluções dentro desse sistema. Em geral, essas empresas firmam parcerias operacionais com bancos regulamentados para realizar as transações dos clientes.
Explicamos: ainda não existe uma regulamentação oficial para os chamados “bancos digitais”. As fintechs que atuam no ramo, portanto, não são bancos, mas atuam junto a eles, combinando o suporte de infraestrutura do banco parceiro à desburocratização e à agilidade da tecnologia do produto.
Quais as vantagens das fintechs?
As características das fintechs já abrem um enorme campo de vantagens para quem aposta em se tornar usuário ou cliente delas. Abaixo, vamos detalhar melhor as principais delas.
Estão focadas na experiência do cliente
O modelo de negócio das fintechs (assim como das startups em geral) é oferecer serviços focados no cliente, pensando na resolução de seus problemas – que muitas vezes já estão explícitos na proposta de valor da empresa.
É por isso que as fintechs bem-sucedidas oferecem tantos benefícios e comodidades para seus clientes, como taxas nulas ou muito reduzidas, agilidade nos processos, bom atendimento, facilidade no uso. O foco da empresa é o cliente, portanto, quem manda é a necessidade dele.
Geralmente possuem menos burocracia
As fintechs vêm conquistando o espaço que têm hoje justamente porque têm como missão desburocratizar os processos financeiros cotidianos.
Com isso, os serviços das fintechs são pautados em redução de documentos necessários para abertura de conta, realização de transações e contratação de produtos; envio digitalizado de papelada; ausência de agências físicas, o que faz com que tudo seja feito pela internet; atendimento rápido, personalizado e ágil, entre outros.
A maioria oferece soluções digitais
Outra característica vantajosa das fintechs é a de que seus serviços são baseados no digital, ou seja, tudo (ou quase tudo) pode ser resolvido pela internet, no próprio smartphone do cliente.
Isso leva a uma série de benefícios, como não precisar se deslocar até agências físicas, poder utilizar as ferramentas do celular para enviar documentos (como digitalizar o documento pela câmera), utilizar o reconhecimento facial ou via digitais dos dedos para autenticar o acesso à conta, bem como a contratação rápida e otimizada dos serviços.
Fintechs são seguras?
Vimos que as fintechs não são bancos, mas será que isso significa que elas são menos seguras? Se isso está passando (ou já passou) pela sua cabeça, estamos aqui para te tranquilizar: sim, as fintechs são tão seguras quanto qualquer banco tradicional, ainda que não sejam um.
É natural que, em meio a tantas pequenas e grandes revoluções proporcionadas pelo digital, haja alguma desconfiança em relação a alguns setores, principalmente o financeiro – já que é um dos mais sensíveis para as pessoas, por razões óbvias.
Entretanto, as fintechs são regulamentadas e fiscalizadas pelo Banco Central. No dia 11 de março de 2022, a instituição publicou normas atualizadas que endurecem essas regulamentações e as tornam mais semelhantes às que regem os grandes bancos, principalmente para fintechs de maior porte. Entre as regras que garantem a segurança dos clientes dessas empresas estão, por exemplo, a exigência de estrutura rigorosa de combate a crimes e fraudes. Como as fintechs são fiscalizadas pelo Banco Central, o não cumprimento da regulamentação pode até suspender as atividades das empresas no país.
Perguntas frequentes sobre Fintechs
Startups e fintechs possuem um conceito muito parecido. Enquanto a primeira representa empresas que logo colocam seu produto e/ou serviço em funcionamento, sem depender de um grande investimento inicial, a segunda segue a mesma lógica, porém atuando em serviços financeiros.
Aproveite para entender mais sobre as fintechs!
Um banco tradicional possui licença do Banco Central para operar como um banco. Já a fintech precisa do suporte de um desses bancos para operar pois ela não possui todas as licenças necessárias.
Saiba mais sobre as diferenças entre bancos e fintechs!
Existem diferentes tipos de fintechs: de pagamentos, crédito, seguro, gestão… A Conta Simples, por exemplo, é uma fintech de gestão!