Quem está antenado nas novidades sobre o mundo das finanças já deve ter ouvido por aí que o Open Finance promete revolucionar mesmo o mercado.
Tendo o Open Banking como o grande precursor, a iniciativa é vista pelos especialistas de uma forma positiva, com impactos que tendem a trazer benefícios tanto para os clientes quanto para os players.
Se você quer saber mais sobre esse fenômeno que vem ganhando cada vez mais destaque na América Latina, não pode perder as explicações do Leandro Nóbrega, Lead de Operações LATAM da Belvo, uma fintech especializada no assunto.
Mas, afinal, como funciona o Open Finance?
O Open Finance surgiu no Brasil com uma proposta determinada pelo Banco Central de que os dados financeiros pertencem aos clientes e não às instituições, como há tempos se acreditava.
Dessa forma, os clientes passaram a ter em mãos o direito de compartilhar suas informações financeiras com quem julgasse interessante e, assim, adquiriram a oportunidade de receber ofertas de produtos e serviços mais atraentes.
Essa mudança englobou todo um contexto de customização, em que não só serviços e produtos bancários são afetados, mas também seguros, investimentos, acesso a crédito e uma infinidade de possibilidades na área financeira.
Como é hoje | Com o Open Finance |
As informações estão concentradas nas instituições, e os clientes não possuem tanta qualidade nos produtos e serviços financeiros. | Os clientes poderão autorizar o compartilhamento de seus dados, gerando melhores ofertas de produtos e serviços e mais competitividade entre os players. |
Qual a diferença entre Open Banking e Open Finance?
Por estarem em discussão constante nos dias de hoje, muitas vezes, os conceitos de Open Banking e Open Finance podem causar confusão entre as pessoas. Por isso, é bom saber que há diferença entre eles. Segundo Leandro, ela está justamente na amplitude.
“O Open Banking é muito mais citado por ter sido o precursor da abertura dos dados bancários. Só que a ideia dele se aplica a diversos setores, não só ao bancário. O escopo é muito maior que isso. No Open Finance, não são só os dados bancários, de conta corrente e conta poupança, podem ser compartilhados. Outros dados podem ser utilizados a favor do cliente final, desde uma análise de crédito ou a customização de um produto para que ele consiga ter acesso. Quando a gente está falando de Open Finance, a gente está falando literalmente de salvar vidas (dando acesso a crédito a uma pessoa que precisa resolver uma questão de saúde) a facilitar uma experiência como a compra de um carro, de uma casa e de decisões inteligentes financeiras”, explica Nóbrega.
Para entender o Open Banking
Os grandes bancos detinham as informações, e ficava muito mais confortável para eles não compartilhar esses dados e manter os preços e as regras que eles queriam. Por exemplo, o consumidor final, ao fazer um financiamento imobiliário, precisava ir até uma agência bancária, enfrentar fila e preencher um monte de papel, com o banco ditando as regras. Ao chegar ao final desse processo, ele nem queria ver a taxa de outro banco, já que tinha passado por muita dor de cabeça. Com o surgimento do movimento do Open Banking e do compartilhamento de dados, tudo isso ficou mais fácil, já que o banco deixou de poder ditar as regras e as taxas. O Banco Central passou a fomentar um modelo competitivo, com a ideia de transformar o sistema financeiro em algo sólido.
Para que serve o Open Finance?
Basicamente, o Open Finance traz mais competitividade para o mercado. Consequentemente, existe também um aumento da qualidade dos produtos e serviços oferecidos aos clientes.
Há um fluxo mais transparente das informações entre as instituições, e isso ajuda na construção de melhores políticas de crédito e na oferta de serviços mais adequados aos diferentes perfis de clientes e de segmentos da sociedade.
Quais as vantagens do Open Finance?
As vantagens do Open Finance podem ser entendidas em linhas gerais como uma forma de facilitar a vida dos consumidores e de proporcionar uma tomada de decisão financeira muito mais inteligente por parte desses clientes.
Alguns aspectos se destacam, como:
- Mais controle para o cliente
Com o cliente sendo dono dos seus dados, ele pode escolher quando, com quem e por quanto tempo vai compartilhar seus dados.
- Mais segurança
Como o Open Finance está baseado na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a segurança e o sigilo dos dados compartilhados são garantidos. Isso é encarado de uma forma bastante rigorosa pelo Banco Central.
- Melhores ofertas, mais competição
Outra grande vantagem dessa transformação é que o cliente ganha a possibilidade de receber melhores ofertas e ter acesso a novas oportunidades de acordo com o seu histórico. O consumidor pode ter tarifas mais baixas e condições mais vantajosas.
Quando começa o Open Finance?
A implementação do Open Banking, que faz parte do Open Finance, foi prevista em fases:
De acordo com o Banco Central, elas estão divididas da seguinte forma:
- Fase 1: início em 01/02/2021
- Fase 2: início em 13/08/2021
- Fase 3: início em 29/10/2021
- Fase 4: início em 15/12/2021
Como o Open Finance impacta os times financeiros?
Os times financeiros relacionados a B2B (Business to Business) vão ser impactados de uma forma bastante enriquecida. “Quando a gente fala de a empresa ter acesso a informações dentro do Open Finance, a gente está falando de ter um conhecimento muito maior sobre o cliente, por meio de fluxo de caixa, investimentos, informações sobre o que ele já tem de empréstimo e cheque especial e também trazer melhorias para mantê-lo dentro da sua plataforma. Os benefícios são enormes nesse sentido. Quando falamos de B2B dentro de um ecossistema de Open Finance, ficam infinitas as possibilidades de novos modelos de negócio por meio de diferentes lugares”, lembra Leandro.
Como o Open Finance impacta a vida do gestor financeiro?
A vida do gestor financeiro também promete ser mais tranquila com o Open Finance. De acordo com o especialista da Belvo, esse ganho de tempo tende a gerar um trabalho ainda mais estratégico.
“A gente pode dizer que tempo é dinheiro para o gestor financeiro. Ele podendo estar conectado, recebendo informações de forma automatizada com todos os valores financeiros, fazer uma reconciliação dos dados e cuidar do seu caixa de forma automatizada tendo esses dados de forma recorrente sem ter que ficar caçando dado em outra instituição e fazer todo esse procedimento de forma manual vai conseguir ter um dia a dia mais tranquilo para focar no processo criativo e evoluir aquilo que já existe. Quanto mais esse dado chegar enriquecido para ele, mais apurada vai ser a decisão desse gestor financeiro”, conclui Leandro.