Elas chegaram há poucos anos no mercado e já despontam entre as empresas de tecnologia. Startups de serviços financeiros, as chamadas fintechs, têm experimentado crescimento rápido e maior consolidação do setor no país. Dados da plataforma de inovação Distrito mostram que elas deram um salto no Brasil, com aumento de 38% registrado entre os anos de 2018 e 2022 – passando de 935 naquele ano para as atuais 1.289 empresas.
A crescente no setor de fintechs vem desde 2012, com ampliação do setor influenciada especialmente por novas regulamentações e pela lacuna deixada por bancos tradicionais em serviços e atendimento ao cliente. Em 2022, os números continuaram nessa tendência, já que as estatísticas do setor consolidam a liderança das fintechs no mercado de inovação nacional. Além do crescimento expressivo em quantidade, as fintechs lideram os investimentos entre demais startups. Somente nos três primeiros meses deste ano, elas já concentram 51,5% dos aportes de venture capital no país.
Essas empresas foram também as que receberam o maior volume de investimentos de capital de risco no Brasil em 2021, segundo dados do Report Retrospectiva 2021, feito pelo Distrito: foram US$ 3,7 bilhões em 176 aportes.
Conselheiro e founder do FEA Angels, Milton Daré, lista alguns dos fatores que alavancaram o setor das startups de finanças. Segundo ele, essas empresas surgiram para suprir parte de uma clientela que estava conectada a grandes bancos, mas que não eram bem atendida em serviços dessas instituições. “Em razão disso, foi grande o movimento de entrada das fintechs no mercado, cada uma com um produto específico e focada em nichos, oferecendo um produto diferenciado aos clientes”, explica o especialista.
Atualmente, o setor conta com subdivisões, sendo que três segmentos concentram o maior número de empresas: meios de pagamento, crédito e backoffice. Há ainda outras, como as de serviços digitais, crowdfunding, risco e compliance, câmbio, fidelização, criptomoedas, finanças pessoais, tecnologia, insurtech, dívidas e investimentos.
Democratização digital pelo crescimento das fintechs
Outro ponto que Milton Daré destaca para o crescimento das fintechs é o avanço da democratização digital permitindo a democratização financeira.
“Mais e mais pessoas no Brasil estão tendo acesso à internet, o que abre mais uma frente para as empresas oferecerem soluções financeiras digitais. Com isso, há fintechs, por exemplo, que focam em pessoas de baixa renda beneficiadas com a acessibilidade à internet”. Milton Daré, conselheiro e founder do FEA Angels
Por fim, outros dois fatores são listados pelo conselheiro do FEA: as novas regulamentações do Banco Central para o setor e uma maior participação do tema de finanças no dia a dia das pessoas. “O brasileiro está cada vez mais inserido na discussão do mercado financeiro. Além disso, a regulamentação tem mudado e aberto mais espaço para essas instituições financeiras”, afirma.
Números
Ano | Número de startups fundadas no ano | Total |
2018 | 191 | 935 |
2019 | 178 | 1113 |
2020 | 132 | 1245 |
2021 | 43 | 1288 |
2022 | 1 | 1289 |