Liderança feminina em finanças: a presença da mulher negra e a expatriação

Você já deve ter percebido que vira e mexe o assunto liderança feminina vem à tona...

Você já deve ter percebido que vira e mexe o assunto liderança feminina vem à tona e traz os desafios de inúmeras mulheres ao redor do mundo que equilibram atividades das mais variadas possíveis e tiram isso de letra com muito esforço, certo?

Apesar de isso ser senso comum, o fato é que é sempre bom conhecer histórias como essas e que realmente são capazes de inspirar outras pessoas pela simples razão de carregarem uma bagagem que merece ser compartilhada. 

Pensando nisso, o Simplifica foi conversar com algumas líderes financeiras donas de trajetórias de vida e carreiras bastante diferenciadas e que dão aquela sensação boa de que as mudanças, mesmo que gradativas, estão surgindo e transformando um mercado predominantemente masculino.

A primeira delas é a Elisangela Almeida. Atualmente, ela é CFO do Grupo In Press e possui uma cadeira de conselho no Conselheiro 101, programa que tem como propósito trazer referências de mulheres negras, profissionais com grandes competências e experiências em suas respectivas áreas e que já estão prontas para contribuir nos Conselhos das empresas no Brasil.

Além de tudo isso, Elisangela também é membro do IBEF (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), foi voluntária do Projeto Empower Women da ONU Mulheres (NYC) e viveu a experiência da expatriação, quando trabalhou em cargos de liderança em finanças e gestão de projetos de TI por cinco anos na França e na Malásia. 

Em matéria de desafio, sua história esbanja superação. Filha de um metalúrgico e de uma dona de casa, a líder financeira se tornou uma profissional de sucesso e detentora de um grande apreço pelos esportes. Gosta de viajar, correr no Ibirapuera e fazer trekkings nos parques nacionais. Chegou até a fazer a ascensão do monte Quilimanjaro ou Kilimanjaro, ponto mais alto da África localizado na Tanzânia, junto à fronteira com o Quênia. “Tenho muito um perfil de querer aprender e sempre querer me superar”, explica Elisangela. 

Desafios de carreira para lideranças femininas

Entre os desafios enfrentados ao longo da carreira e de sua liderança feminina, Elisangela acredita que a necessidade de se provar competente de forma constante, às vezes cansa. “Apesar de também ser um prazer você se provar e conseguir fazer mais, sempre ter um esforço maior pode cansar um pouco também. Sempre tenho a impressão de que tenho que estar mais preparada”, relata. 

Para ela, quando se trata dos desafios do cargo de CFO, é preciso entender que o foco é em alguém que vai definir a visão financeira estratégica da empresa. “Muitos não conseguem ver que uma mulher pode ter sangue frio ou, talvez, aquela dedicação integral por conta da maternidade e tantas outras atividades que têm ao mesmo tempo. É importante entender que a cadeira de CFO tem um poder efetivo dentro das empresas, porque trata de orçamento e de como vão se usar os recursos. É uma carreira de muita responsabilidade. Acho que essa visão em relação à mulher vem mudando, principalmente com o RH pós-pandemia, que exige muita sensibilidade e muito jogo de cintura. Acho que cada vez mais as mulheres assumem essas posições de liderança e de finanças, porque elas exigem aquela capacidade de segurar várias responsabilidades ao mesmo tempo, e isso a mulher tem de sobra.”

elisangela almeida na liderança feminina
Elisangela Almeida, CFO do Grupo In Press

Segundo a CFO, trata-se de uma tendência que veio para ficar. “O mercado está mudando, e as empresas também. Estamos em um momento de disruptura, e os profissionais que se adaptarem mais rápido a isso vão sobreviver”, assegura. 

Para exemplificar melhor esse contexto, ela traça um paralelo com um momento de guerra. “Quando você está em um conflito como esse, você convoca pessoas que nunca tiveram experiência em um exército. Vai ter gente que, independentemente disso, vai desenvolver algum talento e fazer diferença. Esse momento em que a gente está vivendo é muito disso. Quando você traz pessoas com diversidade, seja de gênero, raça ou algum diferencial, você está preparando melhor a empresa, porque você não sabe quais vão ser as próximas competências exigidas pelo mercado. Talvez, as mesmas pessoas não consigam tão rápido ter comportamentos diferentes”, completa Almeida.

Conselhos para as mulheres

Para quem está em busca de um cargo de CFO, as recomendações de Elisangela são bem objetivas: ter perseverança e um olhar mais sistêmico sobre toda a empresa. “Se você quer se preparar para essa cadeira, procure se interessar por outros assuntos dentro da área de finanças porque isso vai te dar mais escopo. Busque também cada vez mais conhecer o negócio da empresa porque o CFO é aquela pessoa que é parceira de negócios, com visão mesmo de ser business partner”, afirma.

Com a ideia de tornar esse lugar de finanças mais acessível, a liderança feminina também acaba se transformando em uma referência no grupo W-CFO Brazil, uma iniciativa da qual Elisangela faz parte. “Se você olhar para as integrantes do grupo, vai ver mulheres com currículos incríveis e que sabem equilibrar vários pratos: são mães, mulheres, esposas, CFOs de empresas realmente relevantes dentro do mercado. Acho que a representatividade é isso. Quando você vê pessoas como você chegando nesses lugares, você acredita que é possível”, ressalta.

Outra coisa que fica evidente é a ideia de compartilhar conhecimento, porque dentro do grupo há mentoria, compartilhamento de dúvidas técnicas e até indicação de posições dentro das empresas, aumentando a possibilidade de empregabilidade. Fora do grupo o objetivo é desmistificar que a área de finanças é impossível. “Acho que a mulher tem essa coisa de tornar mais fácil os conceitos, e o W-CFO Brazil tem esse papel também”, observa a líder financeira. 

E isso tudo não poderia resultar em algo diferente de um livro, certo? Em mais uma de suas atividades, Elisangela também ajudou a lançar Mulheres em Finanças, uma obra com a história de mais de 50 mulheres que fizeram carreira na liderança feminina. Boa parte delas integra o grupo W-CFO Brazil. “Um dia uma amiga nossa disse que a gente deveria lançar um livro com biografias de mulheres que trabalham na área de finanças. Eu questionei quem iria ler esse livro. Até brinquei se a gente iria obrigar nossos amigos a comprar. A insistência foi tanta que topei fazer”, conclui.

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