Para entender o que é macroeconomia é preciso entender que ela é um ramo da economia que se concentra no estudo e análise do comportamento econômico agregado em uma escala ampla, abrangendo países, regiões ou o mundo como um todo.
Ela analisa as variáveis econômicas em larga escala, como o produto interno bruto (PIB), o desemprego, a inflação, os investimentos, as exportações e importações, entre outros.
Por que é preciso compreendê-la?
É essencial ter um conhecimento sobre o que é macroeconomia para tomar decisões estratégicas informadas. Afinal, ela fornece uma visão ampla do ambiente econômico em que as empresas operam, permitindo que você compreenda as forças que moldam o mercado e antecipe possíveis tendências e mudanças.
Isso é especialmente relevante em um cenário globalizado, onde as economias estão interligadas e eventos econômicos em um país podem ter repercussões em outros.

Em casos onde existe a expectativa de uma recessão iminente, você pode ajustar sua estratégia de crescimento, adotar medidas de redução de custos ou diversificar seu portfólio de produtos ou serviços.
Da mesma forma, se a economia estiver em expansão, você pode considerar investimentos adicionais, expandir sua equipe ou explorar novos mercados.
Isso permite que você ajuste sua produção, estratégias de marketing e previsões de vendas de acordo com as condições econômicas prevalecentes.
Saber o que é macroeconomia pode fortalecer sua posição competitiva e permitir que você navegue com sucesso em um ambiente de negócios em constante mudança.

O que é macroeconomia saudável?
Uma macroeconomia saudável proporciona acesso a capital de investimento, um ambiente de negócios favorável, aumento da confiança do mercado, incentivos governamentais e impulsiona o crescimento econômico.
Entenda como isso beneficia o mercado de startups:
- Acesso a capital de investimento:
Em uma macroeconomia saudável, os investidores têm maior confiança e estão mais dispostos a fornecer capital de investimento para startups e empresas inovadoras.
Isso significa que elas têm uma maior chance de obter financiamento por meio de investimentos de capital de risco, venture capital e outros mecanismos de financiamento. O acesso a capital é essencial para o crescimento e desenvolvimento das startups,
- Ambiente de negócios favorável:
Nesse cenário, o mercado encontra taxas de juros baixas, inflação controlada e uma demanda estável, reduzindo os custos operacionais das startups e melhorando suas perspectivas de crescimento.
- Aumento da confiança do mercado:
Investidores, consumidores e parceiros ficam mais dispostos a se envolver com startups e empresas inovadoras.
A confiança no mercado é fundamental para o sucesso das startups, pois atrai investidores, facilita parcerias estratégicas e aumenta a aceitação e adoção de seus produtos ou serviços pelos consumidores.
- Incentivos governamentais:
Em uma macroeconomia saudável, os governos geralmente implementam políticas e programas para apoiar o empreendedorismo e a inovação.
Isso pode incluir incentivos fiscais, subsídios, programas de aceleração e outras medidas para estimular o crescimento das startups.
- Diversificação e crescimento econômico:
Startups desempenham um papel importante na diversificação e no crescimento econômico de um país ou região.
Em uma macroeconomia saudável, com foco no desenvolvimento de setores inovadores, elas têm mais oportunidades de contribuir para a criação de empregos, o aumento da produtividade e a geração de riqueza.

Cenário macroeconômico saudável: uma oportunidade para os venture capitalists e para todo o mercado
Os venture capitalists também podem obter diversos benefícios ao atuarem em uma macroeconomia saudável. Quando a economia está em um bom estado, esses investidores têm acesso a mais oportunidades e recursos, o que pode impulsionar seu desempenho e resultados.
Em primeiro lugar, a maior disponibilidade de capital no mercado. Com uma economia estável e confiança dos investidores, há um maior número de fundos e investidores dispostos a alocar capital em startups e empresas inovadoras.
Além disso, existe uma tendência de crescimento e valorização dos investimentos ao longo do tempo. As empresas emergentes e startups que aproveitam as condições econômicas favoráveis para lançar novos produtos e explorar mercados têm maior potencial de crescimento.
Com a demanda por produtos e serviços inovadores em ascensão, os investidores podem colher retornos substanciais de seus investimentos.
Além disso, em um cenário de macroeconomia saudável geralmente encontram-se mercados de capitais eficientes. Isso facilita a realização de saídas lucrativas, como ofertas públicas iniciais (IPOs) ou aquisições por parte de empresas maiores.
Assim, os venture capitalists podem se beneficiar dessas saídas, gerando retornos significativos para seus investimentos.
Uma macroeconomia saudável e próspera beneficia todo o mercado de várias maneiras.
Ela impulsiona o crescimento econômico, proporciona estabilidade e confiança, cria um ambiente favorável para investimentos, estimula a inovação e a competitividade, além de promover o desenvolvimento de setores-chave.
E tudo isso resulta em mais empregos, aumento da produção, oportunidades de negócios, melhor qualidade de vida e prosperidade geral para a sociedade.
Entrevista com Diego Barreto: VP de finanças e estratégias do iFood

Conta Simples: Quais são os impactos macroeconômicos mais significativos que o iFood enfrenta atualmente e como vocês lidam com essas questões?
Diego Barreto: Os impactos macroeconômicos mais sensíveis aqui são o poder de ganho da população, inflação e taxa de juros.
O poder de ganho da população reflete diretamente na capacidade das pessoas continuarem pagando pelo serviço que adiciona comodidade, e a gente está trabalhando nisso aqui com o lado da oferta: com restaurantes que cada vez mais se adaptam ao atual nível de bolso do brasileiro.
Quando a gente olha para a inflação aqui, fala bastante com esse primeiro ponto também. E isso envolve não só essa oferta sob a ótica do restaurante ou supermercado, mas também dos itens existentes para que eventuais decisões de substituição por itens mais baratos permitam às pessoas acharem que elas estão procurando.
E por último, a taxa de juros. Porque o restaurante ou o supermercado usa capital de giro, usa, portanto, financiamento, e é diretamente impactado pela taxa de juros. E aqui a gente vem via a nossa fintech aumentando a carteira de crédito, mantendo bom nível de inadimplência que permite que a gente continue expandindo.
Conta Simples: Qual é o impacto da política fiscal e tributária na indústria de delivery?
Diego Barreto: A política fiscal tem impactos que, assim como em todo o Brasil, ou seja, quanto mais a gente tem um país equilibrado do ponto de vista fiscal, mais a gente tem a disponibilidade de investimentos tanto do investidor nacional quanto do estrangeiro, e isso gera emprego, gera renda e por aí vai. Então, acho que esse é o impacto mais normalizado para todos.
O tributário ainda não é possível afirmar, mas de forma geral a gente vê a reforma tributária de forma positiva, independentemente do efeito positivo ou negativo para o meu setor, a gente precisa fazer essa reforma tributária, ela é importante para o Brasil. Eu acho que é uma discussão menos sobre se o impacto é positivo ou negativo e mais sobre o que o Brasil precisa.
Conta Simples: Quais são as principais tendências macroeconômicas que você identifica no mercado atual? E no setor de delivery de alimentos?
Diego Barreto: Eu acho que a principal tendência aqui é de uma melhora do ambiente. A gente vê uma inflação cada vez menos resiliente, começando a ceder, a gente começa a viver uma expectativa de redução dos juros no mercado futuro. Isso já vem acontecendo.
Há expectativa de melhora do rating que a S&P recentemente disse criar bom momento. A gente é mais importante do que o Macro, no microeconômico a gente tem visto alguns avanços importantes: a Lei Geral de Garantia está para ser aprovada no Congresso. A gente tem uma série de outras leis que vão ser implementadas, como a centralização e a digitalização de parte dos processos cartorários.
A gente tem a própria reforma tributária, então todas essas mudanças no nível mais microeconômico tornam os ambientes muito mais dinâmicos, com potencial de crescimento maior.
Nos setores de delivery, eu acho que o principal ponto também não é macro, é micro, e está ligado à questão da discussão da regulação do trabalho por aplicativo. Isso é algo importante. Importante para os trabalhadores, para que eles tenham a proteção necessária, e importante para as empresas, para que se tire o ruído que impacta negativamente o setor.
Conta Simples: Como vocês contribuem para impulsionar a economia local nas regiões onde atuam?
Diego Barreto: Com a possibilidade de você aumentar a venda sem necessariamente ter que fazer investimentos adicionais.
Pense que todas as vezes que o restaurante pode fazer uma entrega mais distante, em um bom prazo, com uma boa qualidade, ele está deixando de abrir uma loja mais distante para atender aquela área.
O ponto é que ele não tem recursos. O financiamento do Brasil não está disponível para a grande maioria dos restaurantes pequenos e médios, e isso significa que ele não iria abrir. Então, o impacto potencial sobre venda e, como consequência, tudo isso gera de renda para os entregadores também.
Conta Simples: Ao seu ver, quais são os desafios e oportunidades macroeconômicas para startups e empresas que buscam crescimento e expansão no atual cenário econômico?
Diego Barreto: Acho que, primeiro, os desafios existem e são mudanças relevantes. Aqui, novamente, eu acho que é mais microeconômico do que macro, mas existem mudanças relevantes que vão vir da reforma tributária, e isso pode ser um desafio para muitas startups, em especial aquelas que ainda não têm uma sustentabilidade econômica madura.
Acho que tem desafios aqui também relacionados ao mercado de trabalho, a gente continua com uma mão de obra relativamente escassa, muita gente ainda na informalidade. Então, isso em algum momento pode trazer gargalos se a gente conseguir crescimento mais acelerado no país.
Como oportunidades, temos muitas mudanças regulatórias acontecendo em diversos setores, o que abre espaço para redesenho de cadeias de valor. Isso significa que muita gente vai poder olhar as coisas de forma diferente, começar do zero, inclusive competindo de forma mais direta com aqueles que já estão operando determinado setor há décadas.
Conta Simples: Quais são as políticas públicas e incentivos fiscais que podem impulsionar a inovação e o empreendedorismo?
Diego Barreto: Sem dúvida aqui a gente está falando também de reformas microeconômicas. Eu não gostaria de falar de incentivo fiscal. Não acho que é por aqui que a gente resolve estruturalmente as questões do país.
Mas do ponto de vista de políticas públicas, a gente precisa definir a regulação das stock options, ou seja, deixar claro que não tem a ver com uma relação trabalhista, é de fato um instrumento de risco.
Aqui também está a regulação dos fundos de investimento, para poder dar mais dinamismo aos fundos, proteção para gestores, administradores, investidores, para que eles tenham mais incentivo para investir.
Aqui a portabilidade trazida em diferentes segmentos, a portabilidade dos benefícios Vale-refeição, Vale-alimentação, a portabilidade de cotas de fundos de investimento, a maior portabilidade de financiamento. Tudo isso que envolve o processo de digitalização do uso de dados de forma responsável que gera mais produtividade são políticas públicas que podem impulsionar a inovação e o empreendedorismo com a estratégia adotada.
Conta Simples: Qual é a estratégia que o iFood adota para não sofrer tanto com a volatilidade do mercado e com as mudanças do cenário macroeconômico local/global?
Diego Barreto: A estratégia do iFood é trabalhar com flexibilidade e reação rápida. Independente do instrumento que se usa ou da decisão que se toma, o grande ponto aqui é não estar preso a decisões que engessam a longo prazo. Se você pensar do ponto de vista meramente financeiro, o que aconteceu com o Silicon Valley Bank foi exatamente isso nesse sentido.
E ao mesmo tempo, reação rápida, ou seja, ter um processo decisório que te dê a velocidade necessária para tomar as decisões que você quer tomar.
Conta Simples: Qual é a sua dica para se preparar para as mudanças do mercado e como aproveitar as oportunidades geradas pela inovação?
Diego Barreto: Ter uma cultura formada por pessoas com mindset empreendedor. Pessoas que têm uma capacidade de ambidestria grande, processos que são ambidestros, pessoas que compreendam mudanças, pessoas que estejam dispostas à volatilidade e às dificuldades. São essas características no ambiente de trabalho que lhe permitem se preparar para as mudanças do mercado e aproveitar as oportunidades.
Startups Fever: não perca a trilha sobre macroeconomia com Diego Barreto

O Startups Fever 2023, evento que acontecerá dia 03 de agosto de 2023, contará com uma trilha especial sobre o cenário macroeconômico atual.
Essa é uma oportunidade imperdível para entender o que é macroeconomia, empreendedores e investidores repensarem as relações e as oportunidades em um ambiente de instabilidade econômica..Essa trilha foi pensada para fornecer insights valiosos, orientações práticas e networking estratégico.
Confira alguns nomes presentes para falar do assunto:
- Diego Barreto – Vice-Presidente de Finanças e Estratégia do IFood
- Henrique Meirelles – Ex ministro da Fazenda
- Cláudia Woods – CEO We Work Latam
- Eduardo Abreu – VP de Novos Negócios da Visa
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