“Uma das principais características de um excelente CFO (Chief Financial Officer) é ter uma excelente equipe.”
A frase acima, dita pela Carolina Strobel, sócia operacional da Redpoint eVentures, mostra os anseios de muitos times financeiros e reforça a importância de manter bons profissionais.
A ideia é que essas pessoas tenham diferentes habilidades, sejam também muito boas no que fazem e olhem para várias frentes, como tesouraria, mercado de capitais, financial planning, gestão de riscos, compliance e muitas outras áreas, dependendo do setor de atuação do negócio.
Diante disso, fica a pergunta: quando o CFO vai conseguir ter uma equipe? Se você entender as fases de crescimento de uma startup, pode ser mais fácil chegar a uma resposta para essa questão.
Fases de investimento de uma startup e o trabalho do CFO
O papel do CFO dentro de uma startup está bastante ligado ao estágio de desenvolvimento do negócio. De acordo com a fase de investimento, é possível perceber diferentes atividades em suas mãos.
- Friends and Family: o primeiro nível de investimento de uma startup. Geralmente, trata-se daquele capital que a família ou o próprio fundador está bancando. Ou seja, monta-se uma empresa, tem-se um pequeno capital e começa a se criar o Minimum Viable Product – ou Produto Mínimo Viável (MVP).
- Investimento-anjo ou pre-seed: nesse estágio, começa-se a ter um pouco mais de dinheiro, mas os fundadores ainda estão lutando pelo negócio. Aqui, ainda não há condições de se contratar um CFO, assim a pessoa do financeiro vai se virando como pode para fazer o trabalho.
- Seed ou semente: na fase de capital semente, é difícil ter um CFO completamente dedicado. O que pode acontecer é o próprio fundador ter uma vertente mais analítica e assumir esse papel.
- Série A: começo dos investidores de Venture Capital. Na série A, o CFO é necessário para analisar o quanto de dinheiro foi recebido, tomar cuidado para que esse dinheiro seja bem adaptado às necessidades da empresa e começar a chamar atenção para as próximas necessidades de capital. Ele é quem cria todo esse contexto e ajuda o CEO a prestar atenção no negócio, na parte comercial, de desenvolvimento e de marketing.
As startups podem seguir o alfabeto e se tornarem mais capitalizadas. Assim, podem conquistar um Initial Public Offering (IPO) – a abertura de capital em uma bolsa de valores – mais robusto, com um modelo de negócio que se viabilize mais.
“Geralmente, as empresas negociam tudo que elas precisam negociar, desenvolvem o produto, fecham os contratos e depois vão contratar o back office que vai dar base para ela. Nessa contratação, ela vê quais são os profissionais de que ela precisa”, ressalta Carolina.
O dinamismo do papel do CFO
Deu para perceber que o papel do CFO em uma startup envolve um comportamento bastante dinâmico e que, muitas vezes, ele precisa atuar de formas diferentes dentro do financeiro de acordo com o estágio de crescimento do negócio, certo?
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Como montar um melhor financeiro em uma startup
Isso acontece tanto pela falta de gente no começo – afinal, a equipe ainda está em formação – quanto para ligar os conceitos financeiros aos drivers de resultados do negócio quando a startup já está mais madura.
“É muito diferente, por exemplo, quando um CFO trabalha em uma startup da série D, que já está bem capitalizada, já sabe o seu mercado e onde ela quer atuar, procurando escalabilidade e retorno diferentes. Já existe uma equipe formada. No início, tudo é mais simples em termos de capacidade de trabalho porque não há muitos recursos”, resume Strobel.
Sendo assim, fica evidente a concentração de trabalhos distintos sob responsabilidade desse líder, que coloca bastante a mão na massa antes mesmo de ter uma equipe formada.